segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dizima de um só




"O seu nome é Dulcinéia, sua pátria Toboso, um lugar da Mancha; a sua qualidade há de ser, pelo menos, Princesa, pois é Rainha e senhora minha; sua formosura sobre-humana, pois nela se realizam todos os impossíveis e quiméricos tributos de formosura"

(passagem de Dom Quixote )








Na minha epoca de medio custumeiramente eu tendia a zombar daqueles poetas mortos que escreviam as coisas mais belas em meio a desgraça. Poetas esses, que dificilmente conquistavam a "sua musa" e viviam o resto de seus anos escrevendo coisas em seu silencio e as vezes, mesmo que em vão, gritavam/ publicavam suas obras para que todos podessem ouvir e/ou talvez o objeto de seu desejo.

Eles eram todos homericos demais, transformavam coisas pequenas em algo colossal, provavelmente a tal musa desses caras (poetas?) era a mina (donzela?) que deu 10 centavos de troco na padaria onde eles compraram pão de manha. Diria então que poderiam ser chamados de amplificadores (trouxas?) de sentimentos, transformando toda e qualquer resquicio em algo monumental (com palavras esteticamente e em redondilhas maiores).

(pausa)

Entretanto seculos depois se tornam icones da rejeição (não todos em sua maioria mas sim a maioria como um todo) e passam a ser estudados, mantendo assim aquele mesmo tom de ironia que os inquietavam e que os vislumbravam.

Não existem mais poetas .... apenas ceticos ...isso... desacreditados .... tanto em si e em neles mesmo...

Então me torno um cetico ...pois agora não acredito em nada disso ...

At the end ... one humdred yers is soo much time to wait

... and then the next bus never come